Desconstruindo o que o acaso construiu

Escudo do Bahia

Por Ronaldo Souza

Você acredita que se Hernani não estivesse contundido, Guto Ferreira, técnico do Bahia, tiraria ele para escalar aquele ataque que jogou o Ba-Vi no domingo?

Respondo por você.

Não.

Você acredita que se Gustavo não tivesse sido expulso naquele mesmo jogo, Guto Ferreira não o colocaria como titular no Ba-Vi de domingo no lugar de Hernani e escalaria aquele ataque que fez o jogo no domingo?

Permita-me.

Não.

Já tinha dito a algumas pessoas de minha convivência que não tinha nenhum medo do time do Vitória. É um time fruto de uma ilusão que a gloriosa imprensa esportiva de Salvador criou.

E a torcida acreditou, o que é natural.

Eu tinha medo era do “meu” técnico.

E aí veio o acaso.

De uma tacada só tirou Hernani, que não vinha bem, e Gustavo, um jovem bom jogador, mas ainda com algumas limitações.

Guto não tinha outra opção.

Tinha que armar o ataque daquela maneira, improvisando Edgard Júnio como centro avante. Claro, um falso centro avante.

Aí também comentei com alguns amigos.

Esse ataque vai dar trabalho.

Até hoje a defesa do Vitória procura por Alione, Edgard Júnio e Zé Rafael.

Aquele acaso ao qual me referi tem nome.

Na verdade, a conhecida estrela do Bahia tinha entrado em cena.

E “armou” o ataque para Guto.

Feliz, pensei; agora sim, é manter o time para o próximo jogo com aquele ataque e correr para o abraço.

Se você fosse zagueiro, preferiria marcar um atacante que fica lá entre você e seu parceiro de área, ou outro que você procura e não acha?

Como praticamente acabou o volante brucutu, acredito que o centro avante paradão, enfiado entre os zagueiros, também não mais terá vida longa.

Ele precisará também saber jogar bola.

É claro que não é pra amanhã, mas acho que esse é o futuro.

Os “caras” (Alione, Edgard Júnio e Zé Rafael) deram uma canseira infernal na zaga do Vitória.

Não sei porque, mas algo me diz que Guto não viu exatamente assim.

Desde o aquecimento para os primeiros jogos de Gustavo em Pituaçu, uma coisa me chamou a atenção; com bom porte físico, como pede o figurino do centro avante clássico, ele cabeceia bem.

Mas você já viu os zagueiros do Vitória?

Fracos, mas cada um tem 3 metros de altura.

Não parece, portanto, que o jogo aéreo seja o mais adequado.

Por outro lado, a bola correndo no chão, solta, rápida, com um ataque que se movimenta muito, sem posição fixa, parece ter sido a razão do desastre que foi o rival no domingo.

No Ba-Vi de hoje, quarta-feira, 03.05.2017, essa “simples” mudança pode complicar o jogo para o Bahia.

Claro que vou torcer para que eu esteja errado.

E vou comemorar se estiver.

Obs. O texto acima foi escrito e enviado a algumas pessoas na quarta-feira, 03.05.2017, dia da primeira final do Ba-Vi pelo campeonato baiano. Ia posta-lo aqui no site no mesmo dia. Ocorre que a postagem não saía como eu queria. Eu tinha perdido o “controle” da formatação do texto. Só depois de algumas tentativas fui perceber que era algum problema com o Chrome. No dia seguinte, quinta-feira à noite, com mais calma percebi que com o Internet Explorer e o Mozila estava tudo normal. Resolvi então postar o texto hoje, mesmo o jogo já tendo ocorrido. Sem ainda entender porque, continuo com o mesmo problema com o Chrome, que é o que eu uso.